Que gosto tem o aprender?
Licenças poéticas a parte, afinal, aprender tem algum sabor? No caso do Ave Maria tem vários. Alguns dias atrás, publicamos algumas matérias que dão uma ideia sobre como os sentidos e, em especial, o paladar, podem ser usados como instrumentos de aprendizado. No texto em que falamos dos Estudos do Meio do Curso Infantil e no projeto Food Truck, essa realidade pôde ser vislumbrada. Por esse motivo resolvemos fazer uma compilação de projetos em que os alimentos aparecem como recurso didático, muito bem aproveitado pelos professores e degustado com prazer pelos alunos.
Alimentação Saudável nas aulas de Ciências do EFII
Comecemos nossa lista pela proposta da professora Karin, de ciências. Ao invés de se limitar a apresentar a Pirâmide Alimentar, a ideia da professora foi: porque não degustá-la?
O trabalho teve início com a discussão da origem da pirâmide. Sua função é instruir as pessoas quanto às necessidades nutricionais de um ser humano e, a partir de quais alimentos, como é possível supri-las. Divididos em grupos, os alunos pesquisaram sobre cada parte da pirâmide e apresentaram em sala seus trabalhos. Até aí, nada de mais. É que a parte mais gostosa estava ainda por vir.
A professora, especialista na área de alimentação – ela é autora do livro “Manual de Segurança Alimentar para uso doméstico” – sugeriu, então, aos alunos, viver na prática uma alimentação baseada nas propostas da pirâmide. Para isso, cada aluno ficou responsável por preparar e trazer para o colégio um prato que representasse um dos estágios da pirâmide.
Podemos imaginar o que aconteceu, mesa farta e uma aula descontraída, com todos reunidos para degustar os alimentos que cada um trouxe, sem se esquecer de reforçar a localização de cada alimento na gráfico nutricional.
Me gusta aprender español!
O imperativo é um modo verbal que expressa uma ordem, pedido de orientação ou conselho. Na nossa língua materna, o português, é fácil. Faça, ouça, suba, pare, cante… Porém, e se você estiver falando em espanhol? Especificidades gramaticais à parte, a professora Viviane encontrou um jeito bastante saboroso para treinar a pronuncia, as conjugações e a aplicação o modo: receitas culinárias.
Os alunos do 9º ano escolheram um prato de um país hispanohablante e, em grupos, apresentaram aos colegas a receita escolhida . Após a apresentação, puderam saborear cada uma das delícias preparadas pelos colegas. Vai um burrito aí?
Matemática tem gosto de acerola?
Pode parecer estranho, mas para os alunos do 2º ano do EFI pode-se dizer que sim. A proposta da atividade era bastante simples, mas isso não fez dela menos gostosa. Para aprender sobre frações do litro, compreender conceitos básicos de divisão e para se familiarizar com unidades de medida de volume, as professoras propuseram fazer na delicioso suco de acerola. A bebida ficou mais gostosa ainda porque foi feita com frutas colhidas diretamente na casa da “prô”.
Com copos na mão e curiosidade aguçada, as crianças descobrira que com 1 litro de suco era possível servir 4 copos de suco de 250 mililitros cada um. Para as crianças, uma atividade divertida que permitiu reforçar operações básicas de uma forma lúdica.
Nutribela e Nutrinho animaram durante o ano o lanche das crianças do Curso Infantil!
Não, senhores pais. Não se trata da propaganda de achocolatados ou produtos do gênero. O título acima fala, na verdade, do projeto Alimentação Saudável, iniciativa do curso infantil para promover melhores hábitos alimentares.
Nutribela, personagem criada pela professora Gina, de educação física, e Nutrinho, seu fantoche e companheiro, são responsáveis por animar nossos alunos nas aulas de culinária, degustação de alimentos e educação alimentar. Sempre empolgadas e curiosas, as duas personagens apresentam aos alunos informações indispensáveis para que ainda pequeninos comecem a fazer escolhas saudáveis de alimentos. Em uma das atividades, por exemplo, Nutribela falou sobre o quanto escolher bem o que comer influencia no desenvolvimento do nosso corpo. Foi bastante divertido quando um dos alunos lembrou: – é verdade, o Popeye fica até mais forte quando come o espinafre.
Além das conversas e apresentações que ocorreram mensalmente ao longo do ano, o projeto conferiu aos nossos aluninhos um título especial: sócios honorários do Clube da Fruta. Ao receber tal honraria, os alunos do Curso Infantil ganharam também uma carteirinha. O documento foi usado ao longo do ano em diversas atividades e vivências escolares desenvolvidas pelas professoras.
Professora, quando acabar posso comer o meu gráfico?
Aproveitando a deixa do projeto Nutribela, o 1º ano do EFI usou a ideia de comer saladas de frutas para apresentar aos alunos conceitos relacionados ao Tratamento de Informações. Para quem não sabe, este é um dos eixos temáticos para a matemática em exames como o ENEM. Porém, nada de se preocupar com vestibular por enquanto. O que os pequeninos querem é se divertir enquanto aprendem.
Por esse motivo, as professoras tiveram a ideia de usar as frutas para realizar atividades como listar, classificar, fazer votações para, no fim, representar tudo na forma de gráficos. Quando chegarem ao final do Ensino Fundamental I e estudarem pictogramas eles certamente sentirão o gostinho de maçã, banana, abacaxi, de várias outras frutas de sua primeira experiência matemática na área.
V, L, A, V, A, A e V. Entendeu ou quer que eu faça um bolo?
Para fechar nossa lista, vai uma menção honrosa aos alunos do Ensino Médio de 2014. Para homenagear o professor Boaro, de física, em seu aniversário, os alunos tiveram uma ideia genial. Depois de estudarem refração da luz, ondulatória, espelhos e uma série de outros temas, os alunos trouxeram um bolo especial para a festa do professor. Sabe aquelas letras do subtítulo acima? Pois bem, elas são usadas para memorizar as cores do arco-íris: Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Anil e Violeta.
Foi então que a garotada resolveu reproduzir o conceito físico na cozinha e criaram o bolo VLAVAAV. Além de mostrar ao professor que aprenderam bem a matéria, foi possível, literalmente, absorver o conteúdo!
