Casa comum, nossa responsabilidade: o que cada um pode fazer?
Em 2015 o Papa Francisco publicou uma encíclica chama Laudato Si‘: Sobre o Cuidado com a Casa Comum. Apelidada por alguns de “Encíclica Verde”, por tratar da necessidade do homem em cuidar melhor de nosso planeta, o documento é muito mais que um apanhado de sugestões ecológicas ou críticas ao homem em favor da natureza. A essência da mensagem é o que podemos chamar de Ecologia Integral. Para entender este conceito é preciso estar atento ao significado da palavra Ecologia: estudos sobre a nossa casa!
Sendo assim, a Ecologia Integral é uma ideia que nos exige pensar nossa casa não apenas a partir do ponto de vista da natureza, mas também do papel do homem no mundo, enquanto administrador responsável de nosso planeta.
No início do ano letivo o colégio promoveu entre professores e equipe gestora discussões sobre esse tema, sendo que vários projetos foram, estão sendo e serão implementados ao longo do ano. Para animar e informar a comunidade escolar, gostaríamos de citar alguns que já ocorreram nos primeiro meses do ano.
- Onde as crianças dormem
- Cuidar bem das pessoas da nossa família faz parte da ecologia integral
- Xô dengue!
- Sobre o cuidado com o meio ambiente
- Campanha de arrecadação de itens de higiene para idosos é um sucesso
“Onde as crianças dormem”
Trabalho de geografia faz pensar sobre o cuidado com a nossa casa a partir daquilo que é nos é mais próximo: nosso próprio quarto.
A inspiração para este trabalho veio de um queniano que, cresceu e foi criado na Inglaterra. Formado em Arte e Design por Oxford, o fotógrafo James Mollison lançou em 2010 o livro Where children sleep contendo uma série de ensaios com fotos de dezenas de crianças de variadas culturas e nacionalidades. Segundo comentário, ao desenvolver um trabalho sobre os direitos das crianças, Mollison começou a refletir sobre sua própria infância: o tanto que seu próprio quarto refletia sobre sua personalidade e condição social, quem ele era e o que ele tinha.
A partir dessa inspiração e da proposta da Campanha da Fraternidade (Cuidado da Casa Comum), a professora Mara, da disciplina de geografia, propôs a seus alunos reproduzir o projeto do britânico. O resultado foi uma exposição de fotos e textos, além de ricos momentos de reflexão sobre o cuidado com o local em que vivemos. Para uma das alunas, uma das justificativas para cuidar de seu quarto é porque lá “tenho as minhas coisas: meu espelho, minha lousa, meus objetos, meus acessórios e minha cama. No meu quarto eu me sinto calma e relaxada“. Da mesma forma, para sentirmo-nos bem em nosso planeta, precisamos assumirmos para nós o cuidado voluntarioso, caso contrário, ao invés dele se tornar um local de aconchego, o mundo acaba por se tornar um fardo.
Cuidar bem das pessoas da nossa família faz parte da ecologia integral
Tanto no mês de março, quanto no de abril, alunos de todos os segmentos discutiram o papel dos idosos em nossa sociedade. De acordo com as características de cada segmento, várias atividades foram preparadas, em especial duas palestras foram organizadas.
No mês de março, os alunos do EFII e EM receberam Andrea Dimarzio, Personal Care e especialista em envelhecimento humano. Ela falou aos alunos especialmente sobre os desafios no relacionamento intergeracional. Esta foi uma palestra mais voltada para as dificuldades enfrentadas pelas famílias e uma forma de conscientizar os jovens e adolescentes sobre as características especiais da vida na velhice.
Por outro lado, no dia 03 de abril, foi a vez dos pequeninos do Infantil III e IV. Eles receberam a visita de Sandra Bortoloto, supervisora do curso Unisênior, da UNISAL, para lhes falar sobre direitos e deveres dos idosos. A criançada do Infantil III e IV, que na maioria das vezes conhece a vida apenas a partir da ótica de quem recebe cuidados, descobriu que eles também serão capazes, e muitas vezes responsáveis, por ajudar a cuidar de seus avós.
Em uma linguagem apropriada para a faixa etária, Sandra falou às crianças sobre as mudanças que ocorrem na velhice, enfatizando mudanças no corpo (cabelos, pele etc) e alguns direitos que a sociedade oferece à população dessa faixa etária. Dentre as informações que ela citou, estão imagens como as usadas em estacionamentos e filas reservadas para maiores de 60 anos. Portanto, não se surpreenda quando o seu filho chamar a atenção da família ao comentar: “papai, aqui não pode parar… esse lugar é para os vovôs”!
Desde pequeninos, discutindo cidadania, os alunos descobriram que, por mais que a terceira idade traga limitações para o corpo, o idoso pode e deve ter uma vida ativa, dançando, exercitando-se e até mesmo cursando uma faculdade, como é o caso do curso do qual Sandra é supervisora.
Além das palestras, os professores abordaram o tema durante as aulas regulares. Seja em Ensino Religioso, Sociologia/Antropologia, ou nos projetos das professoras do EFI e Infantil, o “ser idoso” foi pensado e discutido, sempre com o intuito de valorizar a vida, a família e a importância do respeito e cuidado para com os “mais experientes”. A prova de que a conscientização foi um sucesso veio na forma de um projeto que se encerrou concomitantemente à Campanha Ecumênica da Fraternidade 2016: nossa campanha de arrecadação de doações.
Xô dengue!
Uma das formas mais expressivas de cuidado com o nosso semelhante é refletir sobre o impacto de nossas atitudes pessoais na segurança e bem estar do outro. Pensar sobre isso foi uma das propostas do trabalho desenvolvido pelos alunos do Ensino Fundamental I e do Curso Infantil através de projetos voltados à prevenção da Dengue, Zika e Chikungunya!
A partir do mote “Abra sua casa para essa dica” os alunos do Fundamental I mostraram toda a sua criatividade para ensinar e informar sobre formas de se prevenir a propagação do vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti. Utilizando materiais simples que tem na sala de aula, os alunos construíram casinhas de papel que, ao serem abertas, ofereciam dicas sobre como prevenir a proliferação do mosquito.
Depois de dar as dicas, veio o momento de promover a prevenção na prática. Percorrendo o colégio, os alunos viram como eliminar possíveis criadouros do mosquito. Feita a tarefa, cada um levou para a casa a missão de reproduzir o que aprenderam.
Ao mesmo tempo, os alunos do Curso Infantil participavam de circuitos sobre possíveis pontos de reprodução do Aedes aegypti. Quem vê as fotos certamente entenderá a insistência dos pequeninos em não deixar lixo ao ar livre ou objetos com água parada. Eles aprendem rápido!
Não importa se são crianças de 4 anos ou de 11, todos os alunos aprenderam que o cuidado com o ambiente, com as pessoas, com a nossa casa, passa pela responsabilidade de cada um, devendo todos terem um papel ativo na prevenção de doenças e cuidado para com o nosso entorno. Essa conscientização que toma forma ao longo do Curso Infantil e Fundamental I, transforma-se em ideias mais elaboradas a medida que o jovem se desenvolve. É isso que mostram, por exemplo, as iniciativas do Ensino Fundamental II.
Sobre o cuidado com o meio ambiente
Não, as fotos a seguir não são de uma aula de ciências. Elas foram feitas durante as auals de Ensino Religioso, com o professor Rogério. Aproveitando a temática do Saneamento Básico destacada pela Campanha Ecumênica da Fraternidade 2016, o docente propôs aos alunos um projeto interdisciplinar envolvendo a sua própria disciplina, além de tópicos de geografia, história e ciências. Todos pesquisaram e aprofundaram o tema do saneamento tendo de, ao final do projeto, apresentar suas conclusões e ilustrar suas descobertas.
Campanha de arrecadação de itens de higiene para idosos é um sucesso
A comunidade do Colégio Franciscano Ave Maria não falha. É encantador ver como todos respondem à um pedido de ajuda de quem precisa. Foi assim em 2015, com a Mochila Viajante, e voltou a ser dessa forma em 2016 com a campanha de arrecadação para instituições que cuidam de idosos.
O projeto nasceu da proposta da Ecologia Integral apresentada pela encíclica Laudato Si’. Segundo a proposta, como pode haver verdadeiro amor à natureza se encontramos dentre os homem pessoas que passam desapercebidas ou que são consideradas descartáveis. Reconhecendo o fato de que é responsabilidade de todos cuidar dos mais necessitados, o colégio propôs a campanha e ouviu um sonoro sim como resposta.
Cada aluno, cada segmento, cada família, organizou-se para oferecer um pouco que, ao ser somado, representou uma grande quantidade de carinho para os idosos que receberam os produtos.