O método científico como ferramenta de aprendizagem
Observe um bebê de 6 à 11 meses. Ele acabou de descobrir que possui ferramentas primorosas para explorar o seu redor. Mãos e boca se movem o tempo tudo. Pegam, puxam, experimentam, jogam, pegam de novo. Praticamente não param.
Conviva com uma criança de 3 a 5 anos. A curiosidade delas é indiscutível… Que o digam as viagens de carro! A menos que sejam daquelas crianças que gostam de uma soneca, a quantidade de porquês será diretamente proporcional à quantidade de quilômetros rodados. Nas visitas à casa de amigos ou de parentes, então, frases como “não mexe nisso” ou “não vai aí” são das mais repetidas.
Olhe para uma criança de 7 à 8 anos. Convide-a para assistir um truque de mágica e espere as reações delas. Nessa idade, já sabem diferenciar os contos de fada das realidades materiais e, por isso, tentarão de toda forma buscar uma explicação para o truque. Provavelmente elas lhe pedirão que as ensine a fazer “mágica” também.
Principalmente a partir dessa idade, mas também antes dela, a escola passa a ter um papel fundamental no aproveitamento da curiosidade da criança. Se mal estimulados, os pequenos correm o risco de perder seu interesse em “descobrir coisas” e de desperdiçar um dom natural do ser humano: a capacidade de fazer perguntas e de buscar respostas.
Um olhar empírico e a construção do Saber científico
Para entender melhor como se dá, aos poucos, o desenvolvimento das crianças em relação à metodologia científica, podemos olhar para duas atividades realizadas neste primeiro trimestre aqui no Ave Maria, uma no Curso Infantil e outra no Ensino Fundamental I.
No Infantil 3, as professoras trabalharam o projeto “Nossos sentidos são…”, no qual as crianças aprenderam sobre tato, paladar, visão, audição e olfato. Podemos dizer que, com esse trabalho, elas entendera como adquirimos informações do mundo. Essa atividade serve como porta de entrada para o desenvolvimento do método científico.
A partir dela, com o amadurecimento cognitivo das crianças, é possível no Ensino Fundamental I darmos início a outra etapa do processo: o registro e a análise formal de informações. No 3º ano, por exemplo, os alunos realizaram duas atividades bem simples, mas ao mesmo tempo importantes na assimilação do método.
Na primeira, as crianças utilizaram argila para introduzir o conceito “do que são feitas as coisas”. Elas manipularam e analisaram pedaços de argila crua, verificando que ela absorvia água. Semanas depois, já com a argila seca, observaram que ela não mais a absorvia.
Mais adiante, realizaram um 2º experimento. Vestindo suas mãos com meias de algodão ou com luvas de látex compararam os efeitos de mergulhá-las na água. Em um caso, mãos molhadas. No outro, secas.
Essa atividade poderia ser realizada com alunos do Infantil sem problemas. Porém, um aspecto faz toda a diferença: o registro e análise das informações. Ao contrário dos pequeninos, os alunos do Fundamental I preencheram um mini-relatório do experimento, respondendo perguntas da professora e do livro, anotando respostas e hipóteses.
E assim, avança-se na compreensão da lógica científica, que no Ensino Fundamental II e Ensino Médio,tornar-se-á ferramenta primordial para o aprendizado dos alunos. Identificar um problema, fazer perguntas, levantar hipóteses, coletar informações, analisá-las e obter conclusões, todas essas ações, aplicadas enquanto método, ajudam no desenvolvimento de habilidades e competências muito úteis em qualquer profissão e na vida adulta.
É por isso que, do Curso Infantil ao Ensino Médio, o Ave Maria valoriza a experimentação como uma forma de garantir uma educação de qualidade aos nossos alunos.
Confiram, através de alguns exemplos, como o Colégio Franciscano Ave Maria, com como um todo, estimula a experimentação científica.
Atividades do projeto “Nossos Sentidos são…” (Infantil 3)
Experimento com argila (3º ano EFI):
Experimento com luvas e meias (3º ano EFI):
Experimento sobre Separação de Misturas (9º ano EFII)
Aula introdutória sobre vidraria e materiais de laboratório (1ª Série EM)