24 setembro 2014

50 anos de Golpe Militar: retratos e memórias

Exposição da Mostra Cultural retrata o período e as memórias construídas sobre ele – 

Há 50 anos, em 31 de Março de 1964, o presidente João Goulart era deposto em um movimento liderado pela cúpula das Forças Armadas, dando início à Ditadura Militar no Brasil, que duraria 21 anos. Em virtude de um ideal nacionalista exaltado, o movimento militar realizou o golpe tendo como pretexto o combate ao comunismo e à corrupção, e contou com o apoio de setores do empresariado, da Igreja Católica e de políticos conservadores.

Durante esse período, houve torturas e intensas repressões, hoje, analisadas pela Comissão da Verdade, que visa investigar as violações dos direitos humanos ocorridas entre 1964 e 1985 por agentes da Ditadura Militar. Segundo Mário Magalhães, em seu blog no site UOL, “se os matadores permanecem impunes, novos Rubens Paiva serão assassinados”. Para ele, ainda “é tempo de responsabilizar os torturadores e matadores da ditadura. Levá-los aos tribunais serviria de advertência às futuras gerações: não reeditem a covardia, porque haverá punição (…)”.

Em contrapartida, no auge das repressões, durante o governo Médici e tendo fim em 1973, com a crise internacional do petróleo, ocorreu o chamado “Milagre Econômico”, quando se observou o maior crescimento do PIB brasileiro e um investimento maciço em infraestrutura.

O fim da ditadura foi marcado pelo movimento das Diretas Já, que pedia a volta das eleições diretas para presidente. Assim, em 1985, Tancredo Neves foi eleito pelo colégio eleitoral. Entretanto, devido à sua morte, seu vice, José Sarney, assumiu a presidência. Sua posse é considerada o fim do regime militar, embora, mesmo com as oposições vencendo, Sarney assumisse sendo um político ligado ao regime militar.

Neste ano completa-se 50 anos do Golpe Militar, por isso o tema será apresentado na Mostra Cultural do colégio, expondo as várias versões sobre o período e retratando as torturas realizadas na época, que continuam sendo revisitadas até hoje.

Por Isabelle Andriolli

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