02 maio 2015

Jornal Médio à Mostra entrevista Engenheira de Produção

Enquete MaMEsta reportagem faz parte do trabalho dos alunos do Ensino Médio para o “Jornal Médio à Mostra”. Contando com uma edição impressa, o empreendimento midiático faz sua estreia em nosso site no ano de 2015. Para quem não conferiu ainda, ao final da entrevista estão disponíveis diversas reportagens publicadas no ano passado.

Sem mais delongas, segue a entrevista realizada por nossos jornalistas com Danielle de Moraes, engenheira de produção, formada na FEI (Fundação Educacional Inaciana), em São Bernardo do Campo, em 2013. A escolha da profissional se deu em função do resultado de uma enquete realizada através do Edmodo. Daniela nos conta um pouco sobre como é o curso de engenharia e também sobre o seu dia a dia no trabalho. Confira a seguir.

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Médio à Mostra: Como é o curso de engenharia?
Danielle: O primeiro ano é básico para todas as engenharias, são elas: de produção, elétrica, mecânica, têxtil, química e automação. Nesse primeiro ano, são basicamente matérias de cálculos, física, química e desenho técnico. No segundo ano, as matérias entre as engenharias ainda são 90% parecidas entre si, só temos uma ou duas matérias específicas. Nesse ano temos matérias como: resistência dos materiais, fenômenos dos transportes, mecânica dos fluidos, desenho técnico, álgebra, cálculo 3. No terceiro ano, o curso começa a ficar mais específico, mas o curso de produção é cerca de 60% parecido com o de mecânica. Os dois últimos anos são bem específicos na engenharia de produção, com matérias como: engenharia econômica, finanças, planejamento e controle da produção (PCP), direito, segurança do trabalho.

Médio à Mostra: O que faz um(a) engenheiro(a) de produção?
Danielle: Para mim, o engenheiro é um dos profissionais mais completos do mercado. Acho que o principal diferencial de um engenheiro em geral é a capacidade rápida de raciocínio e solução de problemas, capaz de analisá-los sob diferentes ângulos e ter noção das consequências. Mas falando especificamente do engenheiro de produção, o campo de trabalho é vasto. Podemos trabalhar como programadores de linha de produção, com cadeia de suprimentos, como líderes de chão de fábrica, com projetos em geral, logística interna de fábrica, de distribuição, de exportação, mas também há muito campo na área financeira, como bancos, fundos de investimentos, private equity (um tipo de fundo que compra participações em empresas), ou em área comercial. Eu, por exemplo, trabalho em uma trading de commodities na área comercial, meu dia a dia consiste em entender da fábrica, de finanças, de logística e muito de planejamento. Para quem não conhece, uma trading analisa a bolsa de Chicago para compra/venda das commodities, o dólar e, no meu caso, a logística do país, ferrovias, rodovias, hidrovias e portos, política/economia dos destinos, acompanhar a fábrica de crushing, capacidade da fábrica e qualidade do produto, para poder vender e, o mais importante, fazer a empresa ganhar dinheiro com as transações comerciais.
O engenheiro de produção tem uma formação bem completa e um pouco mais ‘humana’ do que as outras engenharias, o que faz dele um profissional diferenciado.

Médio à Mostra: Como é o mercado de trabalho para quem quer seguir essa carreira?
Danielle: O mercado de trabalho para um engenheiro de produção é relativo, por exemplo, tem engenheiro de produção em plataforma de petróleo da Petrobras, como tem engenheiro de produção em mesa de renda fixa. As tarefas de ambos são completamente diferentes. Mas falando do engenheiro de fábrica, o dia a dia consiste em planejar a produção, fazer layout da fábrica, se preocupar com a segurança e ergonometria dos funcionários, comprar matéria-prima, analisar se a produção deve ser puxada ou não, analisar o mercado de venda de seu produto, fazer análise de viabilidade econômica, se preocupar com a logística e qualidade do produto etc.

Médio à Mostra: Quais dicas você dá para quem quer fazer engenharia?
Danielle: O curso é um pouco pesado, mas te faz ter uma ideia diferente do mundo, de maneira mais lógica, obviamente. Mas para quem está saindo do Ensino Médio, a dica é ter afinidade com números, ser curioso e PERSISTENTE.

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Compilado de textos dos alunos publicados em nosso site